Um encontro emocionante entre diferentes indígenas, com diversas culturas e tradições. Uma união de povos brasileiros. Esse foi o clima dos IX Jogos dos Povos Indígenas, realizados numa semana de lua cheia de novembro de 2007, na cidade de Recife, aos quais tive o prazer de acompanhar, como integrante da equipe do Teñode-Porá UCB News, da Universidade Católica de Brasília .
Conversar, fotografar, entrevistar e interagir era a missão que nosso grupo de estudantes de comunicação teve a honra de cumprir. Sete universitários reunidos em favor do voluntariado e do crescimento pessoal, cultural e profissional. Investimos, com gosto, 15 horas por dia em um trabalho cansativo, mas agradável. Tive a oportunidade de clicar centenas de fotos do dia-a-dia dos atletas indígenas no alojamento improvisado, no estádio Geraldão onde eles passavam o dia, e na arena montada na praia Bairro Novo em Olinda, onde eram realizados jogos de origem indígena.
Viver sete dias com indígenas de diversas etnias foi para mim uma grande oportunidade de conhecer mais o meu país e fortalecer meus vínculos com a fotografia e a escrita. Suas danças, cantos e pinturas me emocionaram. Não pude deixar de participar de suas tradições.
Este catálogo traz 30 fotos de minha autoria que mostram povos que enfeitam o corpo de um jeito diferente, com materiais que combinam penas de araras e periquitos, pele de animais, cordões e sementes. E que na pele trazem pinturas com as tintas da mata representando a natureza: o vermelho do urucum, o preto do carvão, e o amarelo e o branco do barro.
Indígenas fortes e ágeis, inteligentes e guerreiros. Todos bem caracterizados para a “guerra” e “canto”. Música e cores que marcam um povo trabalhador, que luta por seu direito a terra.
Marília França
